Patton, Rebelde ou Herói?
Um filme aclamado pela crítica que ganhou em 1970 um total de oito prêmios Oscar® (incluindo Melhor Filme), Patton é um retrato absorvente de um dos maiores gênios militares do século XX.
Um dos prêmios Oscar® foi dado a George C. Scott por sua triunfal interpretação de George Patton, o único general aliado que realmente era temido pelos nazistas.
Carismático e extravagante, Patton desenhava seus próprios uniformes, ostentava um revólver com cabo em marfim, católico fervoroso e acreditava que havia sido um grande guerreiro em vidas passadas.
Ele ludibriou Rommel na África e após o Dia D comandou tropas em uma campanha sem descanso por toda a Europa, levando o Terceiro Exército ao mais rápido avanço da história, libertando centenas de cidades pela França e Alemanha.
Mas Patton era tão rebelde quanto brilhante e, apesar de ter uma incrível visão e perspicácia, sua própria personalidade era um inimigo que ele jamais conseguiria vencer.
Movido por essa impetuosidade, cometeu atos condenados por seus superiores, como o tapa que deu em um recruta que sofria estresse provocado pela guerra, chamando-o de covarde. A repercussão do ato foi tão negativa que Patton foi obrigado a desculpar-se publicamente e oficialmente perante todo o exército que comandava, como se vê nesta cena.
Por suas gafes, Patton também perdeu a oportunidade de ser promovido após a campanha da África, abrindo espaço para a promoção de seu auxiliar mais próximo, o comedido General Bradley, que acabou sendo seu superior na campanha da Europa.
O roteiro do filme é fantástico, apresentando boas tomadas de batalha e algumas cenas divertidas envolvendo o póprio Patton e sua sinceridade sutil e irônica.
Numa cena ele admite, olhando o campo de batalha sangrento:
- Deus me perdoe, mas eu adoro guerra. Eu adoro isto aqui.
E é muito engraçada aquela cena em que ele, revoltado por estar na "geladeira", explode, berrando, diante de seu imediato:
- O mundo todo em guerra e eu estou fora??
Numa outra ele fica furioso, quando lhe reservam em Londres um quarto de hotel todo afeminado, cor-de-rosa, com espelho no teto e ele chama de prostíbulo. Ele conversa com o imediato, acusando um General de estar provocando-o ao lhe arranjar o quarto e, enquanto ele diz isso, o General entra, ouve tudo, e diz que ele está fora da guerra por causa de sua grande "boca".
Patton fica sozinho, desolado e olhando para o espelho no teto cor-de-rosa, com uma cara inesquecível.
Quando Patton assumiu o exército que fora derrotado no deserto, encontrou uma tropa toda bagunçada, desorganizada, e ficou possesso.
Ao passar por um corredor, deu um chute em um soldado que dormia no chão em pleno dia.
- Ei, quem chutou meu traseiro? (my ass...) - perguntou, indignado, o soldado.
Quando viu o General, o soldado levantou-se rápido e prestou continência.
- O que você fazia aí no chão, soldado? - indagou Patton.
- Tentava dormir um pouco, Senhor.
E Patton respondeu, sarcástico:
- Volte a dormir, soldado. Você é o único que parece saber o que faz por aqui...
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